O Conselho Deliberativo da Fiocruz (CD-Fiocruz) aprovou, em 26 de outubro, a proposta de ampliação da atuação do Biobanco Covid-19 e a mudança do nome para Biobanco da Biodiversidade e Saúde da Fiocruz (BBS-Fiocruz). Este processo aconteceu com o fim da emergência de saúde pública de Covid-19. A mudança de nome tem implicações diretas nas atividades e finalidade do BBS-Fiocruz. Além de armazenar materiais biológicos humanos e da biodiversidade (vírus) relacionados à covid-19, incluirá o depósito de materiais biológicos humanos relacionados a outros agravos e emergências em saúde pública e de outros vírus de interesse taxonômico, epidemiológico e biotecnológico.
Na ocasião, o CD-Fiocruz também aprovou que o prédio no qual funciona o BBS-Fiocruz, no campus Maré, passe a se denominar Pavilhão Hermann Gonçalves Schatzmayr. O pesquisador homenageado foi presidente da Fundação e desenvolveu vários trabalhos na área de virologia.
O BBS-Fiocruz, nesses dois anos, obteve a aprovação do seu Protocolo de Desenvolvimento junto à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) como biobanco de material biológico humano para covid-19. Para armazenamento, recebeu cerca de 95 mil amostras de secreções de orofaringe, vindas da Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 (RJ) da Fiocruz. Outro depósito foi o de 170 linhagens de SARS-CoV-2 feita por profissionais do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais, do Instituto Oswaldo Cruz. Além disto, deu início ao processo de reconhecimento institucional da Coleção de Vírus junto a Coordenação de Coleções Biológicas da instituição.
Após a ampliação de sua finalidade, o BBS-Fiocruz recebeu o depósito de linhagens dos vírus zika, chikungunya e Culex flavivirus — vírus específico de insetos do gênero Flavivirus detectado em mosquitos — vindas do Instituto de Microbiologia da UFRJ. No momento estão em andamento a constituição de um acervo para backup (cópia de segurança) dos principais materiais biológicos das Coleções Biológicas da Fiocruz; a estruturação da Coleção Ambiental (inicialmente constituída por amostras oriundas do Projeto FioAntar); e o processo de emenda para o depósito de materiais biológicos humanos relacionados a outras doenças de interesse que será apresentado à Conep.
“Para superar os desafios no estabelecimento dessa estrutura inovadora contamos com o apoio fundamental da Presidência da Fiocruz, das unidades da instituição, de pesquisadores/as e parceiros externos nacionais e internacionais”, relata a gerente geral do BBS-Fiocruz, Manuela da Silva. “Consolidar esta plataforma aberta permitirá, além da compreensão da pandemia de covid-19, se preparar para futuras pandemias, epidemias e endemias. Isto é possível por meio do armazenamento seguro, confiável, ético, legal e rastreável de materiais biológicos humanos e da biodiversidade — com sua disponibilização para pesquisas científicas, desenvolvimentos tecnológicos e inovações”, conclui.